Exilado no porto
Estou cansado
Numa floresta com musica de flauta
As lagrimas queimam meu rosto
Peço ajuda mas não vem
Minhas passadas dores corporais aumentam
Meus olhos escureceram e as trevas tragaram-me
Existe frio em cada canto que busco repouso
Não consigo dormir sem pensar nas humilhações
Um rio de aguas cristalinas banha minhas mãos
Estou cansado quero dormir numa terra com o cantar dos passarinhos
A lua perdeu seu brilho de paixão
Vou atrás de comida mas não tenho fome
A estrela como a vela vai diminuindo seu fogo
Não vejo nenhuma lembrança da beleza que me aguarda no paraíso
Choro e minha alma angustia-se na longa noite
Estou cansado estou morrendo aos poucos
O frio corta-me retalhando minha carne podre
Não há luz para um perdido ele vai cair no precipício e as trevas irá traga-lhe
A noite é pesada e enfadonha
Minha respiração está ofegante os lobos ouvem-me nas sombras
Peço ajuda e não há
Socorro e não há
Estou perdido no vale de espectros vivos
O vento chama-me a dormir com ele distante nos mitos sem mais nenhuma lembrança
A escuridão derrota-me acabaram-se as reservas de alimento
Estou com fome
Minha alma está como que prisioneira
Jogaram as chaves do calabouço das escolhas
Faz frio aqui
Penetra esse frio e dilacera-me restando os pesadelos do ego
Não há esperança acabou o tempo dos homens
Tudo se encaminha para o vale dos espectros
Como um homem sem amor ele procura a paz
E nessa procura apenas é sentida o lamento dos deuses
O gosto do mel mata-me a sede de vida
Aqui está tudo enlameado e a lama encobriu-me todo
Ai me ajuda foi esquecido por todos
Vermes consomem minha carne e doe
Tudo em mim perdeu a graça na eterna falta de sol e calor amante
Sou alma enceguecida
Alma vazia
Sou alma que peleja
Alma que teme o medo
Tenho medo de nós quem no céu cantará a musica desse exilado
Faz frio aqui...
...No porto.