Exilado no porto

Estou cansado

Numa floresta com musica de flauta

As lagrimas queimam meu rosto

Peço ajuda mas não vem

Minhas passadas dores corporais aumentam

Meus olhos escureceram e as trevas tragaram-me

Existe frio em cada canto que busco repouso

Não consigo dormir sem pensar nas humilhações

Um rio de aguas cristalinas banha minhas mãos

Estou cansado quero dormir numa terra com o cantar dos passarinhos

A lua perdeu seu brilho de paixão

Vou atrás de comida mas não tenho fome

A estrela como a vela vai diminuindo seu fogo

Não vejo nenhuma lembrança da beleza que me aguarda no paraíso

Choro e minha alma angustia-se na longa noite

Estou cansado estou morrendo aos poucos

O frio corta-me retalhando minha carne podre

Não há luz para um perdido ele vai cair no precipício e as trevas irá traga-lhe

A noite é pesada e enfadonha

Minha respiração está ofegante os lobos ouvem-me nas sombras

Peço ajuda e não há

Socorro e não há

Estou perdido no vale de espectros vivos

O vento chama-me a dormir com ele distante nos mitos sem mais nenhuma lembrança

A escuridão derrota-me acabaram-se as reservas de alimento

Estou com fome

Minha alma está como que prisioneira

Jogaram as chaves do calabouço das escolhas

Faz frio aqui

Penetra esse frio e dilacera-me restando os pesadelos do ego

Não há esperança acabou o tempo dos homens

Tudo se encaminha para o vale dos espectros

Como um homem sem amor ele procura a paz

E nessa procura apenas é sentida o lamento dos deuses

O gosto do mel mata-me a sede de vida

Aqui está tudo enlameado e a lama encobriu-me todo

Ai me ajuda foi esquecido por todos

Vermes consomem minha carne e doe

Tudo em mim perdeu a graça na eterna falta de sol e calor amante

Sou alma enceguecida

Alma vazia

Sou alma que peleja

Alma que teme o medo

Tenho medo de nós quem no céu cantará a musica desse exilado

Faz frio aqui...

...No porto.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 14/07/2014
Reeditado em 12/10/2020
Código do texto: T4881398
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