Coppélia
uma simples brincadeira feita de madeira e fios de ouro,
pode transformar a noite nova que grita rios de sangue,
mesmo no calor da vela preta não tenho vontade de viver
do outro lado da janela o frio prende o beijo da bailarina
vida passa no ponteiro morto do relógio de areia
e o ponto final fica perdido
procurando uma gulha no palheiro
o soldadinho de chumbo vai derretendo
de tanto perdei fantasias numa batalha entre dois ventos
e a outra noite tapou a boca do sol
para que meu fim seja sempre rodeado pela escuridão.