CRISTAL
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Na casa um violonista se arma com seu arco e flecha.
O publico enlouquecido se embriaga de seu som.
Liberdade dos nervos cheiro de paixão.
O alfa e as árvores vão boiando na ação das folhas,
as partes atadas de daninhas letras que vinham do inferno
e o rio a formar manadas com ondas verdes.
O uivo do soldado e as negras e simples estrelas.
Dos raios os egos vão aterrados sem dores.
Içadas as mudas de volta ouvem as risadas do mar.
Vejo a boca lívida e frágil do cristal,
e seus versos mofos que moram em palácios de palavras toscas me rasgam.
Tem um rio cheio de meninos,
em fez de calor la faz frio.
Hoje a tarde estive no inferno, La tinha carneiros,
tinha mulheres tinha obreiros.
Deito-me no divã e choro, o pranto é justo,
sem meio e fim imploro.
Vejo a boca lívida e frágil de Cristal.
Meus versos mofos que moram em palácios de palavras toscas.
Em cada bengala o beijo de uma mascara.
Irônica certeza do vinho tinto que mora comigo,
que vento sopre que o vento sopre.
Não se sabia nada dos males que conheçam.
Ao lume vai rente de uma hora á vagar nua.
Atada aos troncos arranca o velho num lamento qualquer.
O seio é um morro a passar no clímax fixando na estrada.
No vão da porta algo ausente e o horror ali nasceu
um ovo que e lá se foi com o tempo sem arranque.