ALGUÉM

Alguém ausente de quimeras,
Cisma no banco da praça,
Desafina a lira, respira a fumaça,
Que vem do ronco dos motores.

O desânimo impera,
No corpo vivido, cansado,
No olhar embaçado,
Alheio à beleza das flores.

Desencantada atmosfera,
Tempo ido... tudo sem sentido,
Ego perdido, envolvido,
Por encruzilhadas, desamores.

Alguém não mais tolera,
O roto soneto, o triste festim,
Inerte ali, apenas espera o fim,
Das pálidas laudas das suas dores.


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Caminho pensando na vida,
cansada, às vezes, me sento,
sou mulher, sim, aguerrida:
eu luto, eu tento, eu invento.

(HLuna)