PRA QUE SERVEM AS PALAVRAS
Olho pro horizonte, mas aonde ela está? Onde está a janela entreaberta? Onde está os olhos que deixei, onde estás? O silêncio, repertório da partida se contrasta com o som da batida descompassada de um coração que não sabe amar, será?
Todavia, agora a poesia bate no vento, na porta fechada, na casa deserta...
Bate na alma e dói como dor primeira, pioneira, ardente, unicamente singular do que foi e nunca mais será.
Palavras ainda voam, continuam a te procura na imensidão de meu pequeno universo.. Porém, por mais que te achem não podem mais te tocar. A porta está fechada. Não há chave, não há frestas.
Para que servem agora as palavras? Para que serve o ser poético se não se pode mais acreditar na magia do poetizar? Perdeu-se as horas, perdeu-se tempo, perdeu-se o legado erroneamente esquecido, mas que em minha memória para sempre lembrado...
É possível fingir tanto? Até quando? É possível fingir olhos cerrados, face fechada, lágrimas vertidas? É possível fingir poesia, passado e palavras?
Mas, quando essas não forem mais capazes de convencer olhe para meus olhos... Há um infinito imerso em outro infinito. Alguns maiores que outros mas todos são infinitos ilimitados incapazes de serem totalmente compreendidos, e também amados...
Ao tempo o vento, ao vento o Horizonte, ao horizonte meus olhos, meu infinito, minha eterna janela da esperança e das lágrimas...
ARTHUR.A LUZ