Descrença

Na cabeça quente da gente

Faz morada a intemperança

Das imposições previamente

Determinando a tudo e a descrença

De um ser pensante que sozinho

Canta o seu atroz tormento

Contido na tristeza predisposta

No sentido da palavra evocação:

- Que desta vez não seja uma corte!

Palavras inúteis perturbando a paz

Da vida, conturbam a determinação,

E a sorte da virtude consumida

Em profundo desatino é forçada

A se fazer cantar que nada

Mais é consorte, nem interessa...

Por que pensar, se tudo é falsidade

Passando de geração em geração?

- Tudo escuro como se fosse a morte!

Dessa tenaz e ambígua desavença,

De mim para comigo mesmo,

Caminho a esmo numa densa escuridão,

Demarcando nos cantos do destino

A ilusão que sinto ser espinho

Duma contumaz alucinação já perdida

Nessa tão incessante procura...

Equivocada, mas evocada pelo coração.

- Ressurreição de outra sorte!

Valdir Merege Rodrigues

Pinhalão - Paraná

Valdir Merege
Enviado por Valdir Merege em 20/06/2014
Código do texto: T4852057
Classificação de conteúdo: seguro