ANDO TRISTEMENTE
Sim, vou ao caminho tristemente
Com o sol, com a chuva
E uma sentença
Não colho moedas na fazenda
Nem uvas na caixa de asfalto...
Não sei caminhar com pés incautos
Talvez numa grama eu aprenda
Após outra chuva
Eu me convença
E o deserto em mim se reinvente...
Mas, sim! É... Eu vivo antigamente
N'estrada sem curva
Em reta imensa...
Em busca d'um amor, de uma lenda
Espero sem flores, não m'exalto...
De lágrima eu faço minha estrada
O meu guarda-chuva com a descrença
Que um temporal assim não vença
Senão, restará somente nada...
Assim eu prossigo e busco abrigo
Lá dentro do peito d'um amigo
Secando meu pranto de saudade
D'um grande amor que me invade
Antigo amor... Nunca esquecido...
(Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol.115 - da CBJE - Junho de 2014)
Autor: André Pinheiro
05/05/2014