HORAS INSÍPIDAS
“Todos” os sentidos adormecidos...
E ainda assim meu espírito estremece,
Oprime-me a alma..., meu íntimo é uma sauna...
Tento fugir de um frio que ninguém aquece.
As pálpebras pesam tentando me confortar para vislumbrar
Um céu cinzento, um arco-íris incolor, o pecador que sou...
Que não sou mais o sonhador de outrora
Quem o mundo não mais seduz.
Toco o interruptor que acende a luz do quarto
Inebriados tons opacos nas paredes versadas
Não enxergo nada, não enxergo nada...
A não ser escuridão maior que o breu que cai lá fora
Ignorando meu eu, meu antes, meu agora...
Contemplo o silêncio e o pranto não demora
Quem mais chora? Quem mais não percebeu?
Que mais um dia isento e obediente ao tempo
Já adormeceu nas insípidas horas?