Luas

Euna Britto de Oliveira

Luas iguais sobre as ruas

Aparecem em todos os céus.

Se escrevo, desenrolo pensamentos

Esses papiros arquivados

Esses pergaminhos enovelados

E aí, posso lê-los.

Pensamentos grudados no cerne, na carne

E dela depois descolados...

No exato ponto em que o abstrato toca o concreto,

Nele se funda e com ele se confunde.

Passo a lâmina e separo:

Abstrato pra cá, concreto pra lá.

Dependendo da hora,

É uma coisa ou outra.

Hoje, você é abstrato

E tem o poder das distâncias – alcança-me.

Também a distância me confere seus poderes...

Perco-me...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 11/05/2007
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