Luas
Euna Britto de Oliveira
Luas iguais sobre as ruas
Aparecem em todos os céus.
Se escrevo, desenrolo pensamentos
Esses papiros arquivados
Esses pergaminhos enovelados
E aí, posso lê-los.
Pensamentos grudados no cerne, na carne
E dela depois descolados...
No exato ponto em que o abstrato toca o concreto,
Nele se funda e com ele se confunde.
Passo a lâmina e separo:
Abstrato pra cá, concreto pra lá.
Dependendo da hora,
É uma coisa ou outra.
Hoje, você é abstrato
E tem o poder das distâncias – alcança-me.
Também a distância me confere seus poderes...
Perco-me...