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Pálida rosa despetalada
 

Atração e sentimentos se fundiram,
Corpos se entrelaçaram,
Espermatozóides a perseguir o óvulo
Que a ti fecundaria...

Branca como a névoa caída, brumas no amanhecer
Criança meiga e tão pura, que logo
O mundo viu crescer...
Mas como se desenvolver de forma
Saudável e tranqüila, em meio às “turbulências”?

Inteligência e vivacidade eram suas
características...
Rosto sempre sorridente,
Buscavas apenas viver.

Cedo tornou-se adulta,
Ainda não era o momento
Para assumir a maternidade,
Nenhuma estrutura havia.
Em meio à estrada obscura,
Más companhias a cercaram.

Foram tão breves seus dias,
Logo sua vida ceifaram...
Pais e familiares choram mais essa perda...
Pálida rosa, agora despetalada,
O vento encarregou-se de semear
tua essência nos jardins dos "esquecidos",
Lá, onde milhares já foram levados.

Deixastes duas sementes,
Para lembrar a esse mundo
Que um dia aqui passastes.
Tomara nessa outra dimensão
estejas na eterna glória!
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Ísis Dumont
PS.: Nascida e criada na  cidade, onde subia e descia às rampas com seu skate, até bem pouco tempo ainda adolescente. Hoje arrancada da vida de forma abrupta, Marcélli é apenas uma lembrança. Seu espírito tão jovem, no verdor dos seus  19 anos, habita o além onde milhares foram levados pelo mesmo "destino", trucidados pelas mãos assassinas do tráfico, sem dó nem piedade. Terrível e assustador é saber que ela não foi a última.
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Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 06/06/2014
Reeditado em 07/06/2014
Código do texto: T4835075
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