Naquela mesa.
Eram dias normais,
antes,
as tardes passavam,
anoitecia,
eu pensava em você e suas palavras,
nos sentimentos,
queria ser melhor para você,
pensava,
você merece mais,
pensava.
Eram dias difíceis,
depois,
sempre estava escuro,
onde está o sol?
as nuvens cinzas deprimiam-me,
malditas,
eu procurava nas folhas,
os seus olhos,
não os achava,
entristecia-me,
deitava e fechava a vida,
entristecia-me.
São dias,
agora,
suas palavras e você,
estavam distantes,
a estava perdendo,
lentamente,
como o vento embala a grande arvore,
friamente,
você já está longe,
eu corro,
quero alcançar-te,
não respiro,
meu peito queima e você se afasta,
eu paro,
sem folego não consigo gritar,
eu paro.
Parece estar longe,
mas me olhas,
não sei como segurar-te,
meu Deus,
e se eu perde-la? Não alcança-la a tempo?
perderei,
não mais poderei ver aqueles olhos,
chorarei,
mas talvez você seja feliz,
independente,
mesmo sem mim vai viver feliz,
sorridente,
e eu estarei satisfeito por sua alegria,
sua felicidade,
afinal, esse é o amor,
inquieto,
mas capaz de abrir mão do que quer,
intimamente,
para poder vê-la feliz,
intensamente.
mesmo sem esse amor.