QUE FIM LEVOU VOCÊ
(Sócrates Di Lima)
Por onde anda você,
Que na penumbra do inverno,
Perdeu-me nas curvas dos seus pensamentos.
E fez inferno,
Nos meus sentimentos.
Por onde andam seus olhos que a tempos não me veem,
E nem a mim, mais você tem....
Por onde anda seu sorriso que não mais os ouvi,
Por onde andam seus sonhos,
Que não consigo penetrá-los,
Ah! mulher, menina, poeta...
Em que estrela se escondeu,
Em que luar prateado você me esqueceu,
Em que bifurcação da vida,
Desprotegida,
Você me perdeu.
Por onde andam seus versos,
Que não mais pude lê-los,
Nem a sua voz que me acarinhava
nos momentos das minhas tristezas,'
Nem mais ouço o toque do telefone,
Convidando-me aos deleites dos sentimentos,'
Por onde andam seus braços,
Que seus abraços,
Não me cercaram,
nem me apartaram,
nem sentiram o meu calor.
Por onde anda essa sua saudade,
Que a minha saudade sempre há de sentir,
Como a brisa que chega ás tardes,
Anunciando o anoitecer,
E no silêncio desta minha vontade,
Sua alma não mais pude ler,
E nem o arrebol da sua cidade,
No meu pensamento posso ver,
E eu tanto queria...
O destino me prometia,
E eu nem sabia,
Que um dia não ia ter.
Olho o final da tarde,
Que segue como nuvem ligeira,
Levando tudo de mim,
E quase nada deixando de você.
Que fim levou seus sonhos,
Que fim levou sua saudade,
Que fim levou o amor,
Que tanto dizia sentir,
Por onde anda a sua vontade,
Em amar-me pela vida inteira,
Não penso que foi besteira,
Mas, o tempo, senhor da razão,
houve por bem fazer nuvem passageira,
no céu do meu coração,
E aquele amor de nós dois,
Que se quebrou ao depois,
E que, ainda, faz saudade,
Que meu sentir não crê,
Nem pode entender,
Que fim levou você,
Triste me pergunto...
sem caminho,
que seu horizonte meu olhar não vê,
E aqui sozinho,
Me pergunto,
sem outro assunto....
Que fim levou você.