Mississippi
uma luz negra
dando mais vida para o piano mudo
notas fortes
em mãos de anjo
parado na rua dos penitentes
a dor não quer tomar um taxi e ir para o inferno
minha alma chora sangue
e não quer beber a urina do fim do mundo
horas desenhando novas gotas de sangue
e meu coração pede esmolas no paraiso
deitado no frio
de uma pedra desalmada
pobre coitado
pobre diabo
pobre desgraçado
vou chorando novas letras
e a tempestade canta
sonho com uma porta aberta
em minha luz apagada.