A viúva

Sob seu olhar,

vagueava na imensidão,

sonhos perdidos, esquecidos...

Inebriados de amor e solidão.

Dos retratos na parede,

marcas de amor eternizados,

já não existem...

Apenas lembranças acabadas

de pobres viúvas esquecidas

outrora abandonadas...

Do seu abstrato quarto

figuras incompreendidas.

De almas perdidas...

Dentre elas surgia

a face tremida...

De uma senhora viúva,

no seu leito esquecida.

O seu coração estava

dilacerado...

Pelo abandono marcado.

Cansado das lutas,

ficava a esperar,

por alguma estranha visita

que demorava a chegar.

Não sabemos, mas...

Estava sempre a chorar.

Dos anos vivido,

momentos bons esquecidos.

E dos seus olhos a

dor ressaltava...

Via-se a chama da vida

se apagando...

Na cama ali ficando,

sozinha, sempre estava.

Meus olhos ao vê-la...

Tristemente contemplava.

Se eu pudesse, essas

paredes rabiscava...

Desta tristeza, a tirava.

Esta poesia, apagava.

E apenas escreveria.

"Amparai as viúvas

com compaixão, alegrando-as

com a sua companhia."

Maria Eugenia Santos
Enviado por Maria Eugenia Santos em 25/05/2014
Reeditado em 25/05/2014
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