Era uma Vez na América

olhos de concreto chorando lagrimas frias de poluição

onde fantasmas tem o direito de comer poeira no café da manha

a boca da madrugada não poupa

cada amostra de DNA com defeito

os ricos podem comprar o santo

mas nem mesmo um prato de feijão mata a fome

do coração da selva de pedra

tijolos sujos de sangue

na sopa do pedinte

cachorros

latindo nos ouvidos sujos de uma porta lotada de cupins

a casa e velha

e muito bem passada

na carta de alforria

de uma bandeira doente

luto

apenas luto

o caixão e de boa qualidade

foi comprado

com a urina do homem de terno de linho fino

tão fino

que a corda foi partida em milhares de bairros pobres

vida de morto vivo

e uma festa iluminada com uma luz fraca

saudades de um barquinho de papel

saudades de uma bala de leite

saudades de uma chuva de verão

mas o homem feito de gelo não tem tempo de chorar por um rato morto

a realidade comprou o pão da santa ceia

com muitas babas de Judas

jogadas no beco escuro

da nova alma da lei.

fred albano
Enviado por fred albano em 22/05/2014
Código do texto: T4815982
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