Era uma Vez no Oeste

tempo perdido na poeira fria de olhares assassinos

o passado quente

no suor

que vai desenhando o silencio

nas notas mutantes de um tiro no escuro

diante da morte

que muda a cor de um dia de sol

o amargo na garganta pode piorar

no momento que o penitente

ficar de joelhos

vendo a locomotiva

passar devagar

quase parando para ver

quem foi que morreu

no duelo do impossível

comendo a escuridão na terra faminta por ferro e madeira

com pitadas de oração

tudo muda

com um tiro na boca

tudo muda com um tiro nos olhos

e o sangue vai misturando com os blocos de tijolos

e agora a locomotiva chegou perto

do cadaver vivo

que mesmo caido no rio negro

ele viu o fantasma do passado

usando um novo terno de linho.

fred albano
Enviado por fred albano em 22/05/2014
Código do texto: T4815927
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