Era uma Vez no Oeste
tempo perdido na poeira fria de olhares assassinos
o passado quente
no suor
que vai desenhando o silencio
nas notas mutantes de um tiro no escuro
diante da morte
que muda a cor de um dia de sol
o amargo na garganta pode piorar
no momento que o penitente
ficar de joelhos
vendo a locomotiva
passar devagar
quase parando para ver
quem foi que morreu
no duelo do impossível
comendo a escuridão na terra faminta por ferro e madeira
com pitadas de oração
tudo muda
com um tiro na boca
tudo muda com um tiro nos olhos
e o sangue vai misturando com os blocos de tijolos
e agora a locomotiva chegou perto
do cadaver vivo
que mesmo caido no rio negro
ele viu o fantasma do passado
usando um novo terno de linho.