Uma vampira amorosa

Ah lábios que meu pescoço beijou.

Mórbido perfume que até hoje sufoca minha mente.

Envolto em incertezas, sem nunca findar

Já não há uma única luz em mim,

Senão o lampejo do teu olhar,

A ferir minhas vistas.

De noite abri os olhos lentamente,

Olhei ao meu redor e tu não estavas.

Procurei um sinal de ti

E nem sinal do perfume que usavas.

Dos trapos negros de minha mortalha

Escapa o sangue de meu alimento

O líquido rubro da vida

A banhar-me das lembranças que tenho

De você amorosa vampira.

Raimundo Souza
Enviado por Raimundo Souza em 25/04/2014
Reeditado em 25/04/2014
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