GRITOS NO PORÃO
Ausente fisicamente, mas presente no coração
ausente em palavras mas presente nas orações,
ausente nas lagrimas, mas presente em sorrisos,
ausente do mar, mas presente nos rios.
ausente do mundo, mas presente em Deus,
GRITOS NO PORÃO
As caricias do mundo (impuro).
O abismo dos anos,
a rosa de chumbo
cravada em meu peito aberto.
Não tenho a esperança
de uma carona espacial
na bunda da veraneio preta e branca.
O homem de coturno bico de aço
come um pedaço de carne humana em silencio,
eu sou a fatia das multidões.
Olho o vazio,
o sonho com suas enfunes
que gemem aos cacos no porão.
Meus gritos na noite
procuram gotas de suor
com gosto de canela e chantili.
Os postes escoram meninas
todas gritam o meu prazer,
que cozo em seus nervos tortos,
gritos torcidos moscas nas veias,
Tudo vai.
Meu céu é um fogo em pedra.
Meu sol chora pela manhã,também choro.
Casinhas da vila,
a ilha do diabo cheira enxofre.
Mais um coração para de pulsar.
Cercas brancas cercam mulheres nuas
banhando nas águas temperadas de luxuria.
Lá fora o vento empurra a porta,
a luz bate na parede,
e minha sombra dorme no canto.
Há uma janela aberta,
que sustem os tijolos requeimados
e os tijolos meus pés descascam.
Crianças vão correndo pelo campo,
e um escorpião me sorrir.
O chapéu branco pendurado na parede
pede o respeito que nunca tive.
Esse dia será dolorido, como os dias da virgem esposa.
Um prego enferrujado pode gangrenar a vida.
E um homem de carne virar plástico.
Meu Deus e agora, revivo o juramento que fiz perante o juiz?
Ela sempre me faz pedir desculpas nas trilhas da floresta ruiva.
“Daí a luz...
Tenho braços de lenhador,
mas agora sou um bailarino na gangorra do doi Gold.
Fiz contato com um homem de cobre
e fui eletrecultado por ele( sim ele era culto).
Soturno em minhas vielas, sigo.
As galhas da aroeira gritou me com sua boca verde,
procurei não respirar lhe mais.