Se me fosse dor,
Se em dor eu me soubesse,
Espalhar-me-ia em sonatas e versos
E com a mão estendida
Levaria uma clave
À curvatura da desesperação.
 
Fosse desamor,
Ainda que de tédio eu me quedasse,
Arrancaria dos malmequeres as pétalas frias
Reacendendo os estigmas do bem querer.
 
Mas é o tudo que passou num só passar,
Foi-se o destino desfiado em desatinos,
Foi-se, Foice, Fim.
 
E o que resta é um tempo baldado
Do qual não necessito.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 19/04/2014
Código do texto: T4774519
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.