R
ecanto
ecanto
das
L
etras
etras
Meus escritos; meu coração está a se despedaçar
verei em pouco tempo num papel tudo ruir.
Foi um sonho construído com muito suor que verei fugir
e pouco, muito pouco dele pude desfrutar.
Era um sonho formado de muitas paredes
sauna, lareira e até quatro ganchos de redes.
Da varanda o sol nascia era o amanhecer dos novos dias
de onde acompanhava o crescer dos filodendros e orquídeas.
Um córrego margeado por dezenas de árvores por mim plantado
minha humilde contibuição para a natureza,
por ouvir dia e noite as águas correndo em pedras batendo,
fonte de vida de grilos cobras, peixes e sapos.
Do meu quarto a vista de um projeto de jardim de inverno
que também podia apreciar lá da banheira.
Da sala redonda de estar uma lareira,
era o meu aquecer no inverno.
Hoje a estação que precede a minha vida.
Um Outono sem frutos será uma primavera ser flor.
Não vá chorar meu Ypê amarelo
que para mim nunca te fizestes belo.
Talvez enciumado pela Acácia plantada. Eu acho!
Que também amarela
em Dezembro em lindos cachos
floria e se fazia bela.
Do alicerce ao telhado ali não só o meu dinheiro.
Real e concreto tinham as minhas gotas de suor.
Alguns dias e a noite todo dia
estava eu lá a erguer a minha moradia.
Com carinho projetava certos detalhes
tudo para que se fizesse diferente.
Mas a vida também se faz de entalhes,
e eu não sei o que será daqui pra frente.
Agora as minhas últimas lágrimas a regar
as plantas que com a minha casa nasceram.
Assim como no meu coração morrerão,
e nunca mais irão brotar.
Nem forças eu tenho para a Deus pedir,
olhe para mim e pedir perdão.
Todos os meus sonhos me mataram
poucos se realizaram.
A assinatura na escritura
será como um atestado de óbito.
De um sonho que construído em 1989,
será enterrado em 2007 com muitos mais.
Aqui jaz!
Renatinhuuuuuuuu 07 de Abril de 2007 12:00