Poema da desilusão
Quando eu morrer,
nenhuma lágrima será vertida.
No dia em que eu deixar as terras de agora,
e o tambor que bate no peito já não soar,
Ninguém se lembrará de mim.
Lembrarão apenas meus pais,
as duas irmãs que nesta vida me foram emprestadas,
E uma tia esguia que tenho.
Somente eles.
Não haverão amigos,
Pois desta magnífica relação não desfrutei.
Não haverá amores,
A não ser os que quis, mas que não me quiseram.
Talvez chegue à conta dos três ou quatro.
Não haverá também ressentimeno,
a saudade será rala,
as lembranças esparsas.
O que restará será meu nome.
Quatro palavras, dezessete letras.
E nenhuma delas capazes de evocar tristeza pela ausência.