ALENTO

Lamento meu verso partido
Sem eira e nem beira
Perdido no vento
No desalento da dor

Meu verso é lamento de dor
Escorrido em lágrima e solidão
Qual rima a seguir em desalinho
Amorfinado no meu coração

E canto como quem chora
No pranto a desdita ilusão
Se em agruras reclama a alma
Quando teço versos no escuro

E canto em desventura
Cada verso dentro do meu ser
Pois cada canto de agonia
É o alento do meu viver

Entediada sinto-me como um vício
Como a cruz que me faz padecer
Meu verso é um escarnio
O alento de quem morre sem razão