MEUS MEDOS MUDARAM
Dos riscos de um rabisco deixado ao chão,
De passos desatinados, embaraçados em ilusão,
Retalhos da esperança que o tempo só fez maltratar,
Febre que libera a asma do que tenta as magoas afastar.
Que chuva é essa que meu mundo alagou e não quer mais parar?
Eu ainda posso sorrir, mas até quando essa dor vou ignorar?
Meus pés escorregaram da corda bamba, caindo sem fim...
Vou me machucar mais nesse chão ou aprenderei a voar?
Insanidade desvairada que somente errou quando buscou acertar,
Nos olhos ardia o fogo de uma dor que me queimava no centro da alma,
E os ventos gelados dos momentos de sanidade me sufocavam em solidão,
Quando em um dançar desesperado, o mais desejado era ouvir você dizer meu nome.
Mas quem dirá o vencedor e o perdedor desse amanhecer?
Se não posso decifrar se ganharia te amando, ou se minha benção foi te perder,
Rasguei-me dos pés a cabeça, fui calmaria e ao mesmo tempo trovoadas de um verão,
O tempo passou, o mundo girou e meus medos mudaram.
Nada é tão escuro que uma faísca não possa iluminar,
Nenhum quebra cabeça é impossível de montar,
Todo fim pode ser um recomeço,
E o medo nesta hora será novamente arriscar.