Borboleta parece flor que o vento tirou pra dançar”
~ O Teatro Mágico
 

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Depressão nas Letras
 
A saudade do primeiro poeta morto
trava;
a saudade do segundo poeta morto
trava;
a saudade do terceiro poeta morto
trava;
a saudade do quarto poeta morto
trava, junto a saudade de muitos outros...
 
Sinto-me paralisada
no meio d’uma frase
quase construída, abortada
no sal das palavras afogadas,
sem mais nenhum Super-herói
ou Diva, para (me) salvar.
 
Na falta do que se foram -
sem visão para os que por aqui andam...
(como eu),
não sei se ainda terei partes
destes poetas contidas
em versos meus.
 
Acompanhar a trajetória
de pontas de rosas-dos-ventos
é como se perder em... oceanos.
 
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Depressão nas Letras II
 
Existem vezes que ao nos sentirmos muito fracos as cicatrizes reabrem; são daquelas que se parecem com nuvens de pedra, que ao serem tocadas, não se dissolvem... formam mais uma e depois outra e mais outra...
 
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Depressão nas Letras III
 
Sapateados infantis
tem sempre passos falsos
ocos descompassados
e
nos sorrisos disfarçados
da platéia há olhares
para todos os gostos.
 
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Depressão nas Letras IV
 
Há faltas que são como se a gente estivesse num Ensaio com um professor, e de repente de um dia para outro descobríssemos que nunca mais poderíamos dançar com ele, sendo que o restante da coreografia agora está em nossas mãos.
 
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Depressão nas Letras V
 
Sem laboratório de Letras, sem templo de Delphos, sem mago, nem semideuses... sentada sobre um  tablado que precisa ser reconstruído... olhando pares de sapatilhas gastas, com uma saudade rasgada, escarrada e um tanto cuspida.
 
rosangela aliberti
Atibaia, abr/2014


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Depressão nas Letras VI


no meio do drama
a gente só se afunda
em muita grama

rosangela aliberti
Atibaia, mai/2014