Soneto da morte
Impiedosa és tu, vil companheira
Tácita, amarga senhora
Num segundo levas embora
Sonhos de uma vida inteira.
És nesta vida a única certeza
Indeléveis laços nos aprisionam
Quando as horas do fim assomam
Ceifas o sopro com cruel presteza.
A dor cortante explode em fim
Levando a alma num rojão
Deixando saudade em seu lugar
É exemplo que para tudo enfim
A resposta do infinito é não
E a qualquer momento ela virá