DESENCANTOS
Meus amores se foram um a um,
como se vão o outono e a primavera.
Entre os tantos que me amaram
os que amei e os que não consegui amar,
deles só ficaram
as saudades e os desejos inúteis
de atrás voltar!
Vezes pergunto a mim mesma:
Tempos perdidos eu vivi?!
Foram pérolas que aos porcos joguei,
o amor inocente que a uns tantos dediquei?!
Foram pérolas negras que eu desperdicei,
quando fui amada e tão pouco amei?!
E os amores que me deram vida
que também se foram, sem me perguntarem
se os queria tão longe de mim:
meu pai, minha mãe, meus tios,
os avós, os primos e alguns tantos amigos meus...
e principalmente você (?!)...
Talvez aqueles a quem verdadeiramente amei?!
Sina, destino, carma que me acompanhou
e me fez provar no pesado cadinho
um amargo sumo,
(que nem rejeitei),
e me pôs à prova ou expiar me fez
um antanho triste, irresponsável ou mesquinho?!...
Não sei!
Desencantos meus!