O Cerne

Das profundezas escuras

Ouço... Ecoa o lamento d'Alma

Procurando a Paz que lhe traga calma...

Quem sabe um carinho, ou o orvalho de uma flor

Possa lhe refrescar o ardor que em negras chamas

Lhe consome a vida ansiosa por Felicidade e Amor...

A cada amanhecer

Mais se afunda em podre lama...

É o barro das cinzas mal cheiroso e contaminado

Restos do fracasso de uma vida sem sentido e vazia...

E assim, ardendo em chamas pela ansiedade

Geme, chora, e em suspiros implora alívio à sua dor

Árduo e íngreme é o caminho após a ponte que desaba

Após o cerne que finda descendo ao solo em repouso eterno

Inócua aos seus inimigos, deteriora o corpo, ficam os fragmentos

Sementes das perfumadas flores que plantou pelo caminho...

"Difícil saber se o corpo pelo cerne gerado

Conseguirá seguir pela torpe estrada

Após assistir o último suspiro da tão frondosa árvore

Que sempre lhe deu sombra e fez jorrar da mina

A mais pura e límpida água, saciando-lhe a sede

E refrescando-o do escaldante Sol do meio dia..."