Caindo
De uns tempos pra cá
o nó na garganta é inevitável.
Um vazio, um frio, um medo instável.
Sem saber o que é, o que quer e onde está.
De uns tempos pra cá.
Minha solidão só aumenta, e depressa.
Estou distante do mundo e vice e versa.
Tirando esperança da onde não há.
O coração acelera num corpo estático.
Meu espírito não tem força pra levantar da cama.
Minha voz é um grito mudo que clama
Pelo fim desse medo enigmático.
Não são só versos.
Pois é o coração quem escreve.
Vendo a alma que esmorece.
Por motivos maus e diversos.
Não são só palavras.
São a tradução de um coração aflito.
São resultado de uma vida de mágoas.
E acho que já não posso mais comigo.
Não vou negar que pensei em desistir.
De amores certos
De prosas e versos
De viver ou existir.
Não vou negar que já senti o hálito da morte
O frio pálido do medo
O som oco da solidão já cedo
De sumir sem que alguém se importe.
Não vou negar que é difícil ser otimista
Tomar metas e seguir
É difícil sorrir
Quando pareço estar sozinho