Aperto Sem Fim
E hoje esses olhos que enchem o mar
Em tempos passados já avistaram o luar
Na esperança de transpor o vasto entristecer
Num lugar sem condições de se envaidecer.
Hoje enxergo que os passos podem ser contrários
E que direção certa não há
Hoje percebo que a vida não tem fluxo
Senão a própria vida dela extraída.
A vida de gente tão morta
Me contagia e influencia minha energia.
Infelizmente o contágio tão imperceptível
Fere e destrói o que sinto de positivo em meus dias.
Às vezes a dor se aproxima
E com ela a agonia que vem da alma.
Olho ao redor e tento espairecer,
E então pressinto que há coisas importantes
Superiores
E pequenos sinais me distraem e me alegram
Mesmo que instantaneamente ligeiro
Um piar, o canto,
O riso, um abraço.
Estou tão solto no mundo
Que até mesmo esqueço onde estou amarrado.
E o nó que hoje me foge do braço,
Agora prende meu peito num aperto sem fim.