despedida de um dia de sol
os restos de um gosto doce na boca da terra morta
sonhando de olhos colados no livro amarelo
a pena de corvo vai perdendo a cor
uma gota de sangue perdeu o destino quadrado da eternidade barata
quando um bocado de prazer
vale mais que o sorriso puro de uma criança pobre
paro um pouco
e sento nas nuvens de Outono
olho para a cruz da igreja invisivel
e de joelhos vou cortando a carne podre que contamina um barquinho de papel
todo louco tem direito de sonhar com roupas finas
e de beber um vinho caro
mas abro o caderno
e vou vomitando o verdadeiro monstro
que acordou molhado de suor toxico
depois de outro pesadelo colorido.