despedida de um dia de sol

os restos de um gosto doce na boca da terra morta

sonhando de olhos colados no livro amarelo

a pena de corvo vai perdendo a cor

uma gota de sangue perdeu o destino quadrado da eternidade barata

quando um bocado de prazer

vale mais que o sorriso puro de uma criança pobre

paro um pouco

e sento nas nuvens de Outono

olho para a cruz da igreja invisivel

e de joelhos vou cortando a carne podre que contamina um barquinho de papel

todo louco tem direito de sonhar com roupas finas

e de beber um vinho caro

mas abro o caderno

e vou vomitando o verdadeiro monstro

que acordou molhado de suor toxico

depois de outro pesadelo colorido.

fred albano
Enviado por fred albano em 24/03/2014
Código do texto: T4741874
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