Sem resposta
Ela sorriu, e o sorriso dela,
Não foi de sim nem de não, Sorriso de dúvida,
Duvida da resposta,
Os dentes alvos,
A expressão de simpatia,
Driblava o tempo,
Ganhava tempo,
O tempo passava,
Ela sorria...
Hesitava ponderava...
Nada respondia,
Bailava, dançava,
Nas pontas dos dedos,
Os anos passaram,
As flores murcharam,
Outras surgiram,
Ela grávida estava...
O rebento?
A ideia de ser feliz,
Que se aclopava,
No intimo, dolorido
Na alma frustrada,
No cantar dos passarinhos,
Ela abortou...
O vermelho do sangue
Misturou-se com o branco
Dos lençóis de linho,
Das nuvens de algodão,
Que estavam guardados na imaginação,
A ideia se matou ou mataram a ideia?
Ela sorriu, numa última instancia,
A morte a abraçou,
A expressão mórbida,
A rigidez do semblante,
A expressão do sorriso,
Os lábios emudecidos,
Não respondem nem sim, não, ou talvez,
Não se sabe qual seria a resposta,
Ela se foi assim, simplesmente...
Tomada pela incógnita.
Polly hundson