Vida de cão

Vida de cão

Vinha meio desnudo,

Surgindo não sei de onde,

Destino desconhecido,

Com ar descontente,

Fingido talvez,

A cara pálida seria a cor da pele?

Doença ou falta de ânimo?

De quem levava,

Uma vida burguês, ou de pequinês

Jogava-se na calçada.

Em busca de não sei o quê...

Chapéu na cabeça,

Cigarro por entre os dedos,

E a nuvem de fumaça,

Brincava no céu,

Alcançando a plenitude do nada,

Ria-se da desgraça,

De uma vida desgraçada,

Sem medo, nem honradez,

Perambulo humano,

Vida vazia,

Água que no mar deságua,

Tragado pela areia, transforma-se em pedra,

Não anda, paira,

O sol arde e queima,

Os últimos vestígios,

De uma vida de uma vida de cão.

Polly Hundson