Lembranças mortas
Acabei de chegar em casa.
Depois de tanto tempo longe desse lugar, jurava que dessa vez não iria voltar.
Tudo por aqui continua o mesmo.
Tudo por aqui parece não existir.
Cada pedaço de dor a cada ausência do amor.
Aqui tudo é cinza uma perfeita solidão.
Sinto o mesmo cheiro de coisa velha,, um cheiro morto um cheiro de mofo com algo a mais que não consigo definir, algo que nem mesmo o tempo foi capaz de digerir.
Sento na mesma cadeira velha empoeirada.
Ao lado dela uma pequena janela suja, com o vidro quebrado ela nunca me mostrava nada além daquela arvores mortas.
Na mesa ao lado ainda repousa o mesmo livro velho e amassado que não terminei.
Um cigarro pela metade, que não fumei.
Um copo de bebida que não terminei.
O mesmo frio de sempre congelando o que restou da minha alma.
A chuva lá fora esta forte.
Só vai continuar a crescer.
Levanto e percorro o restante do quarto, não existe muito pra se ver.
Mesmo assim caminho pelo quarto querendo não enlouquecer.
Tocando com os dedos em coisas velhas.
Meus livros amassados outros tantos surrados.
Eles foram às únicas coisas que senti falta.
Jogado sobre a cama meu velho livro de poesias.
Poesias a qual nunca escrevi.
Apenas derramava meus sentimentos e assim não enlouqueci.
Mas enfim estou em casa daqui, nunca mais vou sair.
Como disse aqui não a muito pra se ver, apenas lembranças mortas e a falta de você.