Mármore Negro
Bela e solitária como a lua no céu
Suas longas tranças lhe adornam os seios
E tocam-lhe a fina cintura, como o cair da noite,
Tuas estrelas companheiras lhe enfeitam a beleza.
Estátua negra de olhar azeviche tristonho
A juventude exibe o busto infante
Debaixo da segunda pele do luto
Esconde-se o mármore branco
Oh quão alva és tu bela dama incógnita
Do teu semblante a luz jorra
Tuas faces cobrem-se de um purpúreo róseo
Dos fins de tarde aureolados
Como anjos iluminados,
Pois na noite que a Musa não desponta,
As estrelas não lh’ acompanha.