NA TUMBA MEDITANDO

Laje pesada e fria, em que arrefeço,

Da vida tenho más lembranças,

Não me esqueço.

Fui maltratado, desprezado, mal amado,

Dos meus sonhos afastado,

Senti-me de gesso.

Não quero ser noutra vida reencarnado,

Para não voltar a ser enganado,

Estou bem assim, amortalhado.

Já não sou quem era,

Prefiro ser pura terra,

Adormecido e ferido,

Por não me quererem

Com vida, e temerem,

Minha fera vingança,

Réstia de esperança.

Assim minha alma subirá aos céus,

Leve e desnudada,

Prestará contas sem nenhum receio,

Serena e confiada,

Não ser castigado, assim eu creio.

Por em Deus confiar,

E Ele saber perdoar.

Ruy Serrano, 20.03.2014, às 14:25 H

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 18/03/2014
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