Como me tornei vampiro

Sinto a brisa leve da morte me envolver-me em seus braços

E me entrego completo, à Dama de Negro desconhecida

E em tal momento eu me perguntaste: o que mais provei?

E onde fica a amada?

Numa alma perturbada?

Nos berços da ilusão, será?

Na solidão?

No amar?

Busca-me com seus vultos insanos, e teu medo horrendo.

Maior que a mais profunda das estirpes veneráveis

sobre a qual se estende no desejo tímido da noite

algo que transcende a vida à própria morte

e agoniza nos lábios vacilantes dos insaciáveis.

Por favor alguém me salve

Estou me perdendo no vazio da minha vida

Sinto que está ficando tudo preto

Estou com medo

Não sei o que fazer, nem o que sentir.

Conceda-me uma faca, meu Deus!

Abençoada, brilhante e afiada

Que atravesse as veias, sem dó e piedade.

Raimundo Souza
Enviado por Raimundo Souza em 17/03/2014
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