Voo MH370

Ai, que sensação de impotência naquelas asas duras

E frias

Que solidão estúpida dentro daquele corpo metálico

Que terrível é o mistério da condução da morte

Ai, os olhos esbugalhados de pavor

As malas cheias de cinismos

Inúteis

As comissárias repetindo

O terror alojado no peito

Os corpos irreconhecíveis

Os espíritos boiando aturdidos

Ao redor de uma lua surda

De um sol indiferente

De um mar que se oferece como leito

Ai, Deus, onde todos

Quando chegarão ao nada