"O PÁSSARO CATIVO"
(...)
"Porque me prendes? Solta-me covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade:
Não me roubes a minha liberdade…
Quero voar! voar!…"
(OLAVO BILAC)
Numa gaiola dourada,
Um passarinho se agita…
O seu coração palpita,
Na traiçoeira prisão!
Nota-se toda a tristeza
Que do seu canto se evola,
Entre as grades da gaiola…
— Um ai de grave harmonia!—
Nota-se ainda a aflição
Do infeliz passarinho,
Que chora…, longe do ninho…
— Ninguém há que lhe console!…
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E numa manhã de inverno,
Eu encontrei, nesse dia…
Naquela gaiola fria,
O pássaro mudo e inerte.