O olhar que corta sua alma

Eu sou o senhor da razão que descontrola com um passo em falso,

A tempestade que se forma no céu azul da paixão por causa do ciúme,

As ondas de uma ressaca que se levantam no inverno,

O grito de uma louca que não lembra mais seus motivos.

Eu sou o olhar que corta sua alma sem chances de explicações,

A criança que se recolheu no interior e que você não pode ver,

O canto da maldição que já quis abençoar,

Suspiros de uma revolta que por amor não sei se posso trocar.

Eu sou o que despedaçado ainda espera,

O que afogado nas próprias lágrimas e envenenado do próprio sangue tenta viver,

Estou congelado, mas o que posso fazer? Todas as cores foram embora,

Aguardo mentiras virarem verdades para salvar o que restou...

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 08/03/2014
Código do texto: T4720957
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