Excrescência
Afetos amputados do peito.
Sentimentos absurdos e absortos.
Cortam a garganta.
Limam as palavras.
Paralisam a face.
E injetam o olhar.
Rasgam as entranhas e de lá
retiram a essência
abandonando
a excrescência do ser.
Afetos desconhecidos.
Ignorados.
Repudiados.
Ódios clandestinos
acondicionados
em bagagem de mão.
Explodem secretamente
no compartimento
abstrato da alma.
Espalham-se.
Contaminam de ressentimento
tudo.
Literalmente tudo.
Toma a respiração,
o toque,
o andar
e até o tossir.
Há uma emoção tóxica
Que sufoca mas não mata.
Que agride mas não faz sangrar.
Que grita sem articular nenhum som.
São os olhos que denunciam a presença.
São os suores das mãos
que anunciam o medo.
As pernas tremem.
A memória fenece.
A morte já tida como certa,
simplesmente não comparece.
A sepultura de alguns
é jazer na mera existência.
Acumular-se nas cinzas.
Que são cadáveres disfarçados
ou vestígios
de vidas ou mortes
biografadas pelo fogo.
Afetos amputados do peito.
Sentimentos absurdos e absortos.
Cortam a garganta.
Limam as palavras.
Paralisam a face.
E injetam o olhar.
Rasgam as entranhas e de lá
retiram a essência
abandonando
a excrescência do ser.
Afetos desconhecidos.
Ignorados.
Repudiados.
Ódios clandestinos
acondicionados
em bagagem de mão.
Explodem secretamente
no compartimento
abstrato da alma.
Espalham-se.
Contaminam de ressentimento
tudo.
Literalmente tudo.
Toma a respiração,
o toque,
o andar
e até o tossir.
Há uma emoção tóxica
Que sufoca mas não mata.
Que agride mas não faz sangrar.
Que grita sem articular nenhum som.
São os olhos que denunciam a presença.
São os suores das mãos
que anunciam o medo.
As pernas tremem.
A memória fenece.
A morte já tida como certa,
simplesmente não comparece.
A sepultura de alguns
é jazer na mera existência.
Acumular-se nas cinzas.
Que são cadáveres disfarçados
ou vestígios
de vidas ou mortes
biografadas pelo fogo.