Epitáfio

Sempre doloroso é o fim, que nos remete ao breu enfumaçado.

Sempre escuro, tão escuro que não vejo vida, não vejo nada.

Morri contigo e não fui avisado.

Vegeto sempre, mas agora sem você do meu lado.

Quando antes não tinha, ora tinha.

To reaprendendo a vegetar sozinho, como um estranho no ninho.

Como gostar da chuva quando não está chovendo.

Como gostar do frio, vivendo à meio fio, de um calor intenso.

Calor que só teus braços, acalentadores me proporcionavam.

Tamanha era a alegria de te ver sorrir.

Tamanha dor eu senti, por não ter ver partir.

Pouco a pouco me senti indesejado.

Vai ver que é por isso que me sinto tão rejeitado.

Não houve choros nem despedidas, houve partições de partituras.

O fim da nossa trilha sonora, o suicídio coletivo das nossas canções.

O tempo certo, no tempo certo te devolveu, à quem duvida.

E me lançou de forma brusca ao lado escuro da vida.

Eduardo De Caneda
Enviado por Eduardo De Caneda em 05/03/2014
Código do texto: T4716128
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.