FLOR DO SONHO

Nas esquinas sombrias da misteriosa madrugada,
Interrogativo olhar, a vaguear... me vejo,
Um caminhante de imprecisas passadas,
Me sinto mais errante do que sou, arquejo.

Desejo ter a sua alma junto à minha,
Ter o seu encanto, seu acalanto a cada passo que dou,
A me envolver como a doçura envolve a vinha.

Entre desejos e angústias, solitariamente me consumo,
Pois, sei, a sua alma não faz mais parte do meu rumo.

Foi apenas uma flor do sonho, que a realidade despetalou.


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DERROTA

Noite escura, vejo sombras mal paradas,
nas esquinas onde, um dia, te encontrei,
minha alma se arrasta desesperada,
procurando, procurando... o quê? Nem sei. 

Eu caminho sem saber o meu destino,
desconheço o enredo desta história,
que sonhei quando era, inda, menino. 

Bem que tento levantar-me, é em vão,
tropeço e novamente vou ao chão. 

Triste sina, não terei palmas, nem glórias.

(HLuna)