AIS DE DEZEMBRO
Manhã de dezembro
O dia cobrindo-se de noite
Noite naquela manhã de dezembro
Ouço aqui de fora neste silêncio meu sussurro
Sussurro por conta deste inesperado açoite
E choro aos gritos aqui dentro
Os ais ecoam encharcados de lágrimas
Lágrimas que brotam incontidas
Lágrimas que caem me queimando a alma
Lágrimas que imediatamente logo após se congelam
Na garganta o nó desta melancólica amargura
Nó que me estrangula por essa fatídica desventura
Dor que trava o amém
Dor da saudade repleta de ais
E os ais vão me ensurdecendo e vão me levando
Ais que me levam até um lugar frio, solitário e vazio
Ali neste lugar sussurro meu choro aos gritos bem dentro e ainda mais.
(Pensamentos e Palavras Stella Maris 25/02/2014)