Olhos em dilúvio

Meu suspiro me perguntou:

- por que chorastes tanto?

Com meu respiro respondi:

Estou esvaziando em pranto

O que habita em mim.

Só para me sentir mais leve, solto

Como se alma banhasse o corpo

Nessas lagrimas que aos pouco

Enche o balde até a borda, ate o topo

E de repente uma gota d’ água

Transborda e causa enchente

Que escorri pelo rosto

Passando a beira da boca

O paladar já sente

A sua essência salgada

Gelada pelo abismo frio dos olhos

Em uma respiração profunda

Do queixo uma gota se desgruda

Se funde com as lagrimas do balde e afunda

E nisso faz com que ele transborde

Ao meu choro sincero e sofrido

Sentido o nó na garganta

E o aperto apertado no peito aberto

Que doeu por dentro

Quando decidi parar de chorar.

O balde nunca mais transbordou

Era sempre para sempre o mesmo amor.

De: Don Juan

Don Juan Vieira
Enviado por Don Juan Vieira em 23/02/2014
Código do texto: T4703439
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.