VERSOS SANGRENTOS

Perambulo sozinho às madrugadas

Escondido entre uma sombra e outra

Queimando, rasgando todas as roupas

Que à minha pobre alma não serve mais

Pesam-me lembranças, essas cicatrizes

Prendem-me em emoções tão singulares

É inevitável recordar meros detalhes

Mesmo que isto me remova inteira a paz

Sigo pistas em busca de mim mesmo

Pensando em nossos loucos segredos

Nossas palavras e teus tantos medos

Tantas supernovas em teu universo

Vivi o que pude e amei sem precedentes

Senti-me frágil e benevolamente tão protetor

E senti o quão desconfortável é o amor

À medida em que sangramos verso a verso

Assim, seguem as noites tão turvas, vazias

Restando-me apenas mendigar pra viver

Assim, vou seguindo vivendo às sombras

Na impossível tarefa de enfim lhe esquecer.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 22/02/2014
Código do texto: T4701791
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