Espectros de gente forasteira
 

A luz branca e matutina
Varre o negror da noite sombreada
Trazendo anúncios de badaladas divinas
Do sino da igreja abandonada
 

São espectros de gente forasteira
Arrastando-se na nave esbranquiçada
De nada lembrando as guerreiras
Nos peitoris rijos debruçados
 

Não tem sonhos, esperança, fé.
Não produzem, não dançam, o pé,
Morto, inerte a segurar a sombra do corpo.
Apenas a sobreviver quase morto.
 

Nesta vida sobreviveu com o salário mínimo
Desta vida nada levará... enterro ínfimo
Em si jamais acreditou.
São espectros de gente forasteira.
Sem nada na mente e na ribeira.
 
 
sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 21/02/2014
Código do texto: T4700424
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