Medo
elisasantos
Muralha essa neblina,
embota os relevos...
Tropeço onde conheço,
com as pedras já não atino.
Fugindo do sofrimento,
da vida perco o estímulo.
Cofre cujo segredo, está perdido
O medo com seus matizes,
descolore toda a tela
impressa pelo destino.
Em exílio nos porões,
reprimidas emoções
sem alforria agonizam,
delirando transitar
ruas, becos e avenidas...
Ficam febris e adoecem,
cativas elas fenecem,
restando um corpo inerte,
mera fachada da vida.
Nem sol, nem lua aparecem:
O eclipse não termina.