Pouco de dó
A solidão de uma só pessoa,
Não é vazão nem sentimento atoa.
É colisão, é tempo que voa,
como temporão feito em brisa boa.
É sólida sua superfície,
Imprevista uma só tolice.
É mal de quem não soube amar,
Daquele que ama e se deixa levar,
Pela consequência do que faz,
Pela vã sensação da falsa paz.
Em tempos assim, o que é só
Só se faz até o fim, não adianta dó,
Nem choro sobre mim.
Antes teu riso só,
Teu beijo ou coisa assim,
Do que o pouco sentimento
Que ainda vive em mim.
Antes teu choro sem lamento,
Do que uma vida perdida sob o fim,
Sem alegria só sofrimento,
Por te amar demais, de mais além de mim.