...
por que não vê?
não abre o olho?
nada mais há pra você.
o que quer,
aquilo que deseja,
nada mais conseguirá.
Não há
lá no fundo das águas,
fogo.
é tão claro...
por que não abre o olho?
e os ouvidos?
seu querer não mais tem sentido
e o que vive
é o que simula.
autoengano,
arte de segurar o choro
em nome de um sorriso
ou duma esperança
de alcançá-lo,
pára, repousa, se conforme...
a lagoa dos desencontro é enorme,
transborda nestes dias
de tempestade.
atraque, saia, se recolha...
nada existe de verdade
no interior da bolha,
você está na cidade
e a não mais dentro de ninguém!
[Como dói a insistência sem retorno...
não quero fazer do meu prazer
um alheio estorvo...
Me livrem desse grilhão,
quero amar em paz!
Ou não amar jamais!
foi um trauma,
é-lo.
não me venham dizer nada,
pra curar essa dor
só muita estrada.
Dar com os burros n'água.]
por que não se conforma?
acabou.
tudo passou
e meu amor ficou...
resta lavar tudo em lágrimas,
já que tudo já foi feito.
resta pegar no sono
única coisa que ando a fazer
quando me deito.