SININHOS
Antes,
Os sininhos retiniam de mansinho,
salpicavam luzes e estrelas
Sobre as calçadas e gramados...
Repicavam ventos
Em doces e sutis dobrados...
Que saudade, meu Deus,
Dos tempos em que os sininhos
Soavam como vidrinhos de luz colorida
Multipartida em prismas
Quando alguém os tocava!
Ah, os sininhos de hoje,
Não tocam mais os corações:
Incitam violências,
Tecem maledicências
E acendem revoluções!
Há pavios nos sininhos,
Choram as brisas entre noites
Sangrentas e empedernidas,
Sons rascantes e vazios!...
Os sons da dor e da morte
Cantando sobre as calçadas,
Casas quebradas,
Palavras de ordem
Desordenadas...
Os sons da dor e da morte
Cantando sobre as calçadas,
Casas quebradas,
Palavras de ordem
Desordenadas...